terça-feira, 26 de janeiro de 2010

MiniLivro

Estou quase terminando o livro ‘O segredo do vale da lua’ e prometo vir escrever a resenha aqui no blog, está ficando muito divertido! E hoje eu ri oceanos com o livro!

Mas antes de postar a resenha, eu vou deixar aqui pra vocês todos os capitulos do minilivro que eu já tenho, vai até o cap cinco!

E eu já pensei em algo pra continuar a história vai ficar muito divertida, e muito interessante eu prometo pra vocês!

Meu próximos livros vão ser Hunted e Tempted, e depois estou querendo terminar a trilogia mundo de tinta da Cornelia, agora em Dezembro lançou aqui no Brasil o segundo volume, mas como faz tempo que eu li o primeiro eu vou reler, ai já coloco a resenha dos dois!

CAP 3

Já estava escurecendo, pelas janelas dava pra ver o pequeno por do sol, peguei meu celular e liguei pra minha tia.
- Oi sou eu, to aqui na casa do Rene e a gente vai ver um filme, acho que vou ficar por aqui se não tiver problema pra senhora.
- Ah que isso minha querida, manda um beijo pra dona Laura e fala pro Rene cuidar direitinho de você!
- Pode deixar.
Ri descontraidamente lembrando dos velhos tempos em que eu ficava até tarde na casa da dona Laura com o Rene. Eu realmente amava aquela cidade, fiquei muito triste quando tive que me mudar para São Lourenço.
- É melhor mesmo passarmos a noite aqui e de manhã pensar em alguma coisa. Disse desviando meus pensamentos.
- Ok. Assenti tranquilamente
- Amanhã a gente pode tentar ir pra casa da frente, da Celestina, ela tem uma enorme biblioteca, e deve ter um computador pra pesquisa, as vezes pode ter uma alternativa.
Sorriu. Eu sabia que no fundo ele não acreditava, mas como sempre ele não iria desistir tão fácil assim, ele era sempre o mesmo.
- Você pode deitar na cama eu vou ficar vigiando, é melhor a gente fechar essa porta.
- Tudo bem eu posso ficar acordada, eu dormi bastante essa semana, achei que não viesse me ver.
- Lógico que eu viria, eu demorei porque estava esperando o momento certo e mesmo assim foi inevitável.
Ai como eu odiava esse assunto que deixava ele triste, que merda de cão negro, eu seria capaz de sair dali agora e exterminar com todos, só pra ver o sorriso de volta no rosto dele. Lógico que eu ia perder a briga, não que eu fosse fraca, eu era forte, ok, eu era média mas sabia que o que quer que fosse que nos esperava do lado de fora, era muito muito poderoso.
- Mas de qualquer forma, tem uma chave dessa porta e eu posso procurar, então nós dois, podemos dormir juntos.
JUNTOS? Meu deus aquilo deu uma impressão errada.
- Quero dizer, juntos, mas separados. Juntos do tipo podemos dormir sem nenhum estar...
- Foi isso que eu pensei.
Nossa eu definitivamente não tinha chances com ele. Ele era tão maduro, tão experiente, sei lá eu, nem sei como ainda éramos amigos e apesar de tudo isso ele ainda tinha uma namorada, linda e loira, e totalmente metida.
- Vou pegar as chaves na gaveta do outro quarto, e ver se tem mais velas.
- Eu vou com você.
- Tudo bem.
- Tá chateada?
DROGA! Qual é o meu problema? Eu não consigo nem disfarçar um pouco, pensar na namorada dele não era dos meus sonhos mais felizes e é claro que eu fazia aquela cara de pessoa otária que não tem o que quer.
- Vou ficar bem.
Nunca entendi essa preocupação toda que ele tem comigo, isso de certo modo me irritava, tornava ele tão perfeito, mas no fundo eu não entendia, eu sabia que ele só me achava uma amiga, ok, talvez a melhor amiga, mas só uma amiga. Mesmo eu mudando de Santa Felicidade _ Sim era esse o nome da cidade, bem irônico _ A gente ainda se comunicava as vezes, mas eu sentia falta de estar sempre com ele.
Abrimos a porta e fomos para a primeira salinha, resolvi levar as folhas e a caneta de pena, talvez eu resolvesse escrever algo mais tarde. Pegamos todas as velas, e chaves que encontramos.
Ficamos sentados na cama durante um tempo, acho que nenhum de nós tinha cabeça pra dormir, mas é claro que estávamos cansados, ser caçado não é uma coisa muito fácil.
Queria lhe encher com um oceano de perguntas, mas fiquei calada, e então ele quebrou o silencio:
- Mas me conta, como andam as coisas lá na sua nova cidade, faz tempo que você não me telefona.
Pra ser sincera, eu estava tentando evitar ele, era difícil viver longe, e as vezes eu queria esquecer e seguir em frente, mas no fundo eu sabia que era inevitável, não o fato de eu ser incapaz de esquecer, com um certo tempo eu conseguiria, mas EU não queria, pensar nele me fazia bem.
Respondi rápido, depois que percebi que me perdi nos pensamentos:
- Ah... Estão exatamente do mesmo jeito que eu te contei, nada de novo.
- Ah ta.
- E você? E a Caroline?
Não agüentei, tinha que perguntar. É incrível como o ser humano adora se sentir mau, eu sabia a resposta, eram sempre as mesmas. ‘ A gente ta ótimo’ ou ‘Melhor a cada dia’. Havia tempos em que eu mentia e inventava namorados. Mas eu acabava com eles logo antes que eu esquecesse dos seus nomes.
- Eu terminei.
Já estava virando o meu rosto pro outro lado, mesmo a luz de velas a mágoa que se estampava era totalmente visível, e então o meu cérebro processou a informação, e eu não tive tempo de fazer uma cara fingida de tristeza, acabei abrindo um enorme sorriso de satisfação e surpresa.
Ele ficou me olhando com uma cara de duvida, aposto que estava querendo saber o que se passava na minha cabeça.
- Eu, eu quero dizer, que pena. É achei que estava brincando, porque vocês estavam bem não estavam?
Tava ficando nervosa, ele tinha sacado, ele não era idiota.
- Vou dormir.
Falei rapidamente, normalmente eu era boa em me esquivar dessas situações, mas com ele, eu era terrível.
- É bom mesmo, você parece exausta.
Me cobriu e me beijou na testa.
Na testa. Hahahaha que engraçado, eu sonhando coisas com ele, e ele me tratando como sua filhinha e me beijando na testa, só faltava ele me ninar agora!
- Que foi?
- O que?
- Que cara foi essa?
Meu deus, queria desconectar meu cérebro das minhas feições. Nem sei que cara eu fiz, mas com certeza não deve ter sido de alegria, menti, de novo.
- Nada, eu to muito cansada, boa noite.
Ele ficou me encarando e sorriu.
Pegou o meu rosto e me beijou. Ops, isso já era meu sonho.

CAP 4

Acordei sorrindo.
- Tava sonhando com o que?
Levantei com tudo, meu deus, que horas eram? Tinha dormido tanto assim?
- É, tava sonhando.
- Isso eu percebi, eu perguntei com o que.
- Ahn eu não lembro. Que horas são?
Velha tentativa de mudar o assunto.
- Acabou de amanhecer.
- Você não dormiu?
- Dei uma cochilada e acordei. Temos que sair daqui, precisamos distraí-los. Só não sei como.
Sentei na cama pra poder pensar melhor, que saco, queria dormir pra sempre e ficar sonhando, sim eu sou uma covarde.
- Eles tem medo de alguma coisa? Algo que os deixem cegos?
- Talvez sim, mas o problema é o que.
- Fogo?
- Talvez, a gente pode tentar.
Nós dois sabíamos que se não desse certo seria o nosso fim. Mas se não tentássemos talvez não conseguiríamos nunca mais achar uma solução, não só pra nós mas pra todos e eu iria falar o que pros meus tios e pro meu irmão? Só de pensar me dava um aperto no meu coração. Eu amava meus tios, mas eu definitivamente não vivia sem o meu irmão. Eu não sei o que seria de mim sem ele, é engraçado, ele tão novo, me apoio na perda tão grande, parece que soube lhe dar melhor do que eu e virou não só o meu irmão, virou mais do que isso, virou uma parte de mim, alias eu já estava com saudades dele e eu faria o que fosse pra acabar com tudo isso, eu não queria nem pensar nessa coisa atacando o meu, o meu irmãozinho.
- Vamos, é isso mesmo o que vamos fazer! Podemos pegar mais ferramentas! Eles são coisas certo, eles são atingidos?
- Eu não sei mas podemos tentar!
Assenti e no fundo eu desejava com todas as forças que isso desse certo!
Fiquei pensando. Meu estomago roncou alto. Mas que droga, esqueci que já fazia um dia em que eu não comia nada.
- Droga, você já esta com fome.
- Desculpa, é que eu, na verdade...
- Não peça desculpas por sentir fome. Eu devia ter me prevenido, só tenho uma barrinha de cereal.
Levou a mão no bolso e pegou uma barrinha de granola, não eram as minhas prediletas, mas era comida, meu estomago almejava aquilo.
Jogou pra mim. Lógico que eu não consegui pegar e caiu. Ele riu da minha incompetência, era bom ver ele sorrir, mesmo que fosse de mim, ele dizia ‘Estou rindo com você‘, mas isso não fazia sentido porque eu nunca ria de mim. Eu abria um sorriso pra ele, porque ele era lindo e eu amava sua risada, mas eu não ria de mim, eu era uma chata.
Rene tinha muitas qualidades, ele não era só maravilhoso e lindo, ele tinha algo mais e era por isso que eu gostava tanto dele, ele acreditava em mim quando ninguém mais o fazia. Alias ele não acreditava só em mim, era incrível como ele acreditava no mundo, isso era importante pra mim porque hoje em dia ninguém mais sonha com nada, é só realidade e mais realidade. Na minha opinião isso é errado, precisamos ajudar uns aos outros. Quem tenta diminuir seu sonho é um invejoso, nunca deixem ninguém fazer isso com vocês, você quer, você busca, você consegue! Os realistas dizem em voz alta pra parecer ainda mais verdade ‘Você nunca vai conseguir, para de sonhar alto’ E isso é mais uma prova de que realistas são sonhadores frustrados por outros, então por favor não se torne isso, sonhe, sonhe com tudo, a magia está em quem acredita! Parece clichê, é clichê, mas é a verdade!
- Vamos, temos que ir logo, você vai sentir mais fome.
Lembrei da barrinha na minha mão. É ruim sentir fome, mas é ótimo comer com fome. Vai entender. Abri e dividi no meio, com a mão direita ofereci pra ele.
- Eu não quero, obrigado.
- Você não come mais?
- Como.
- E então. Balancei a minha mão.
- Você precisa de mais comida do que eu, se não daqui a pouco vai estar faminta de novo.
Droga, ele me conhecia tão bem, não tinha como negar aquilo, mas eu queria que ele comesse. De preferência não gosto de sentir fome mas ver quem eu amo sentir fome não é uma opção!
- Se você não comer, eu não como.
Sorriu triste, e veio sentar ao meu lado, devia estar pensando que quase morrer já é ruim, do lado de uma teimosa então deveria ser pior, e eu egoísta como sempre estava ótima, do lado dele, que era meu, mas lógico que ele não sabia dessa parte no final.

CAP 5

Passamos o dia inteiro programando o que fazer, a noite nós iríamos sair pela portinha perto do teto do quarto e sair no quintal. Pegamos um pote de querosene velho e alguns fósforos, iríamos colocar fogo em pedaços de madeira que arrancamos de uma cadeira velha. Tínhamos também vários tipos de ferramentas. Ficamos esperando depois de tudo arrumado. Comecei a falar, pra conter o desespero da espera.
- Não fazia a mínima idéia do que estava acontecendo por aqui.
- Faz tempo que você não liga.
- É que. .
Por um momento insano pensei em lhe dizer a verdade, acho que ele merecia saber, agora que o fim poderia existir. Mas fiquei com medo, então fechei os lábios.
- Tudo bem, eu entendo que esses anos foram mais difíceis pra você.
- Não é só isso.
Ele me fitou com uma expressão de curiosidade.
- Enfim, eu devia ter telefonado, eu ando meio perdida ultimamente.
- Tudo bem. Você provavelmente não iria acreditar.
Fiquei pensando durante um momento, eu gosto de histórias, mas certamente iria achar que ele estava me evitando, não iria acreditar mesmo. Assenti.
- Desde de quando está assim?
- Faz um bom tempo, não sei precisamente.
- Eu não devia ter partido.
- Eu sinto sua falta.
Ele disse serene, ele sentia a minha falta imagina como eu me sentia.
- Eu também. É engraçado, depois de tanto tempo sem vir aqui e quando eu venho encontro tudo assim. Como a sua mãe ta?
- Ela ta bem, todos lá em casa estão bem.
- Que bom.
- Inclusive a gwin, sente saudades de você!
Gwin era a gatinha dele, linda e preguiçosa, a gente se dava bem, ele ficava meio enciumado, homens não entendem!
- Eu sinto muito ter deixado vocês.
- Você precisava, a gente entendeu.
Eu realmente precisava fugir dali, meu cantinho da felicidade que durou tantos anos, até que Deus resolveu levar a minha mãe, precisava fugir, eu simplesmente precisava.
Lembrar ainda enchia meus olhos de lágrimas.
Me abraçou e beijou minha cabeça com seus lábios macios.
- Desculpe.
- Ta tudo bem.
Retribui o abraço, não agüentei, agora precisava mais dele do que antes, havia esquecido como ele era importante, talvez se não tivesse fugido e encarado o problema, talvez, só talvez, a ferida já teria fechado.
Pegou o meu rosto com as suas mãos e enxugou as minhas lágrimas, ficou me encarando durante um tempo. Os seus olhos varriam o meu rosto e devagar começou a se aproximar, meu coração parecia um martelo de tão forte que batia, mas que droga ele estava fazendo, queria me matar antes? Seus olhos se tornaram mais intensos, com desejo. Percorreu minha boca com o seu dedo, e foi se aproximando, depois num súbito movimento virou de lado e suspirou.
Ah droga. Ele estava abalado, todo ser humano arriscado de morte fica assim, com certeza deveria estar pensando que eu era a ultima mulher pra ele caso algo acontecesse e nem assim ele me beijou, isso me aborreceu.
Admito que agora era eu que queria adivinhar o que ele estava pensando.
- Desculpe, eu..
Ele foi dizendo as palavras duras.
- Ok, eu..
- Eu não queria te aborrecer, eu sei que não tem nada a ver..
- Me aborrecer?
Qual era o problema dele? Fiquei com raiva, queria era chamar os cães pra terminar o serviço nele, como assim me aborrecer? Agora sim ele me aborreceu, podia ter me beijado, eu não me importaria, mesmo que fosse só por desejo, depois eu me virava com mais essa dor, mas eu queria tanto.
Ele abaixou a cabeça. Pela primeira vez, tomada pela raiva, eu tive coragem de falar algo mais próximo da verdade.
- Você não estava me aborrecendo, está me aborrecendo agora!
Ele me olhou surpreso. AI MENINO BURRO!
- Você queria que eu te beijasse?
Porque ele ta perguntando isso?
- Quer que eu desenhe?
Eu não gostava de tratar ele assim, mas era mais um mecanismo de defesa, finalmente depois de tantos anos eu estava admitindo que eu queria beijá-lo e isso não era fácil pra mim.
Ele se aproximou suavemente outra vez, sorrindo.
Eu fechei meus olhos, sentia a onde de felicidade jorrando dentro das minhas veias.
De repente um enorme batido na porta.
Ele levantou correndo pra segurar.
- Vai, você tem que sair, agora!
O que? Eu não ia fugir e deixar ele ali. Droga esse cão do inferno tinha que interromper justo agora? Já sei, estou condenada a morrer infeliz sem o beijo do meu príncipe, bla bla bla.
- NÃO VOU A LUGAR NENHUM!
- VÁ, AGORA NICOLE!
- Eu vou ficar com você.
- Essa porta é muito fraca e não vai agüentar por muito tempo. Por favor, vá!
Abaixou o tom de voz, quase numa suplica! Eu sabia que agora era o fim e queria dizer pra ele o quanto eu o amava. Queria abraçar meu irmão pela ultima vez, e levar flores pra minha mãe. Queria tantas coisas. Lembrei do papel e da caneta.
Peguei as folhas e a caneta, comecei a escrever um rabisco de tanto tremor.
‘Bebe, eu te amo, obrigado por tudo, vou cuidar de você seja aonde for. Beijos ni’
- O que você esta fazendo?
- Escrevendo um bilhete pro meu irmão.
As lágrimas saltavam agora, espessas e carregadas da infelicidade que era sentir falta e pesar pelas pessoas que você tanto ama, sentir saudades, sentir raiva, sentir amor, uma fusão de sentimentos.

Obrigada pra quem leu, beijos kika.

4 comentários:

  1. confesso que esse finalzinho me tocou! hauhauhauhuahuahu
    adoreeeeeeeiii s2

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  2. hahahahahahahahahahaha estou pensando em te colocar na historiiiiiiiiiiia be! s2

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  3. Bom, estou vendo q essa história vai terminar com um casamento hein...rsrs
    O q vc está fazendo está ficando legal, misturando um romance com suspense e drama, continue postando e me desculpa por ñ ter postado meu comentário nos outros capítulos...

    bjs, até.

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  4. Tudo bem wel que bom que vce esta gostando! :)
    beijos

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